sexta-feira, 15 de junho de 2007

Haiti: De Colombo a atualidade

Reportagem de Aira Pagan Zogaib

A palavra HAITI, significa "país montanhoso", é o nome de uma grande ilha localizada nas Antilhas, foi descoberta por Cristóvão Colombo em 1492, chamada de ilha de São Domingo, foi inserida em mapas a partir de 1505. Tinha na agricultura da cana-de-açúcar uma fonte de renda para os colonizadores e na exploração de ouro uma sanguinária batalha contra os nativos. Após a dizimação dos índios “arauaques”, primitivos habitantes da Ilha Espanhola, navios traziam escravos da África Ocidental e depois do declínio do extrativismo, os espanhóis rumaram ao sul, permitindo que piratas franceses ocupassem a ilha com vantagens para a França, que recebeu a soberania da ilha por tratado, em 1697.A agricultura prospera, mais de 500 mil negros fazem trabalho desumano para a metrópole, no entanto chega da França os ecos dos ideais de igualdade, liberdade e fraternidade. Escravos rebeldes, foragidos nas montanhas do interior, conhecidos como “cimarróns”, não só no Haiti, mas em outras ilhas do Caribe, rebelaram-se contra a nação francesa. Depois de 13 anos, o escravo Toussaint Louverture comanda a ilha, tem a habilidade de trabalhar a rivalidade Espanha, França e Inglaterra.

Vence Napoleão Bonaparte. Outros países temem que o ímpeto revolucionário haitiano provoque novas revoltas. Somente em 1804, o Haiti tem reconhecida a independência, apenas os Estados Unidos se torna liberto da metrópole antes do Haiti, entretanto o país é a primeira república dos negros a ser proclamada no mundo.

A república deveria ser vermelha, pois histórias de sangue são constantes. Após a proclamação, Jacques Dessalines se intitula imperador, porém logo é assassinado e a ilha é dividida em duas partes: a parte oriental - atual República Dominicana - é retomada pela Espanha.
Indenização foi necessária para que a França reconhecesse a independência, foram US$ 90 milhões em dinheiro conquistado com sangue negro e não foram suficientes para a libertação negra. Mais invasões no país, com “vistas” para o financeiro, os Estados Unidos invadem com justificativa de não-cumprimento dos contratos. O período de 1915 a 1934 é o retorno ao colonialismo, que continua de modo não explicitado com François Duvalier, o Papa-Doc, alusão ao título de doutorado do presidente, e com François Duvalier, o Baby-Doc. Foram 29 anos de sofrimento e muita dor por meio do terrorismo político.

Sem potencial econômico e com o político comprometido com os Estados Unidos, surge Jean-Bertrand Aristide, um padre da Teologia da Libertação que defendia uma mudança política. Lutou contra o grupo paramilitar FRAPH - Frente Revolucionária pelo Avanço e o Progresso do Haiti, que recebia investimento de outros países e foi deposto um ano depois por grupos civil-militares.

Morte e fuga. Dinheiro negado para Aristide para governar o Haiti e entrega de dinheiro a Washington, o dinheiro que entrava no país era usado para a opressão popular. Manifestações aparecem e é imperada a “ingovernabilidade” do Haiti.

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